Imagine-se entrando em um escritório, sendo recebido por um aroma fresco de essência natural, como o bambu, em um ar leve e purificado.
A luz natural entra e percorre o ambiente, sem queimar, e é acompanhada pela textura de plantas exuberantes, com diferentes formatos e tons de verde em alguns pontos do escritório.
Você consegue ouvir o movimento constante e relaxante da água que está em uma pequena fonte ao canto.
As cores predominantes são agradáveis e familiares, em tons terrosos de azul, marrom e verde, lembrando a natureza.
Você se sente mais calmo e capaz de focar no que precisa fazer ali, em relação aos ambientes em que estava antes.
Esta é uma representação simples de como pode ser um ambiente biofílico, e do quanto ele pode contribuir para o bem-estar, produtividade e criatividade dos trabalhadores.
A biofilia vai contra movimentos recentes da arquitetura mais formal ou provocativa, intensa, cheia de informações e até mais recreativa.
Mas o que é biofilia? Do grego “amor às coisas vivas”, na arquitetura tem como proposta se apropriar de elementos da vida natural para compor o ambiente.
Para ambientes de trabalho, onde o cérebro humano requer condições mais saudáveis para seu melhor funcionamento, o potencial da biofilia pode ser explorado para isto, por meio da conexão inconsciente com a natureza.
A pesquisa The Global ImpactofBiofilic Design in theWorkplace, publicada no portal HumanSpaces, registrou que, em ambientes de trabalho, a biofilia aumenta em 15% a criatividade, em até 15% a sensação de bem-estar e em até 6% a produtividade.
Os índices podem ser até maiores, a medida em que as áreas urbanas se tornam cada vez menos arborizadas e mais carentes de elementos naturais
Afinal, a conexão com a natureza é necessária para a vida humana, que por tanto tempo se desenvolveu em ambientes não construídos e não urbanizados, com hábitos bem mais alinhados aos recursos naturais.
Como, geralmente, as pessoas passam de 6 a 8 horas em sua estação de trabalho todos os dias, é preciso entender a importância dos ambientes mais amigáveis ao corpo e psiquê humanos.
Outro ponto que contribui muito neste aspecto são os espaços de descanso, ou como são chamados nos projetos, ambientes de descompressão.
Eles são fundamentais para o descanso da mente, mas também do corpo, que acaba variando de posição e praticando alguma mobilidade no ambiente de trabalho. Isto faz parte da qualidade ergonômica do ambiente.
A ergonomia é, sem dúvida, a maior aliada aos recursos da biofilia para qualidade da rotina de trabalho.
Ela faz parte desta atmosfera porque é a prevenção de qualquer fonte de estresse relacionada com a má postura, movimentos repetitivos ou constantes que causam dor e desconforto, simplesmente pela existência de mobiliários mal dimensionados.
Uma forma de resolver a questão ergonômica, já que ambientes corporativos são utilizados por pessoas com diferentes alturas e proporções, é investindo em mobiliários que sejam ajustáveis.
Cadeiras e mesas que podem ter suas alturas e espaçamentos adaptados, de acordo com cada usuário, vão ajudar a compor esse ambiente, permitindo, então, que o bem-estar, criatividade e produtividade aconteçam e gerem resultados no ambiente corporativo.
Autor(a):
Marianne Basilio, co-fundadora do estúdio Ruta Design.
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